Uma nova visão para a Educação Superior Jurídica

Artigo - Apanhado de artigos sobre Educação Superior Jurídica

Tendências Pedagógicas

sexta-feira, 13 de julho de 2012


Peço aos leitores reserva, visto que este texto é apenas um resumo e não tem a pretensão de explicar todas as tendências.

Tendência Tradicionalista: aqui o professor é o centro da relação de ensino-aprendizagem, detentor de todo o conhecimento que será “passado” ao aluno, aqui visto como sujeito inerte, meramente receptor. Como o professor é responsável por escolher os temas e matérias tratadas, essa tendência acaba por gerar uma pedagogia da exclusão, alienando o aluno e produzindo nele uma incapacidade crítica. Ao professor cabe o papel de moldador do aluno – o professor constrói o molde em que o aluno será despejado. Aulas meramente expositivas, sem a intromissão do aluno. Está relacionada ao Positivismo Jurídico. Planejamento claro, provas e notas – competição entre os alunos, meros reprodutores. Memorização. O ponto favorável à tendência tradicionalista está no fato de o conteúdo ser passado em conformidade com os mínimos exigidos pela lei – e, provavelmente, pela linearidade (organização) com que o conteúdo é repassado aos alunos.

Tendência da Escola Nova: o movimento escolanovista surgiu como contrapartida à tendência tradicionalista. A ideia básica da Escola Nova é de que o aluno aprende melhor por si próprio. O foco, nesta tendência, sai do professor e recai no aluno, que ajuda na escolha das matérias e temas que serão tratados pelo professor. Como as atividades estão centradas no aluno, ocorre o desprestígio das aulas meramente expositivas. Esta tendência privilegia a criatividade. A avaliação de aprendizagem é realizada pelo próprio aluno, ou seja, este efetua uma autoavaliação. Experimentação. Contudo, a liberdade pode virar liberalidade. Ademais, traz dificuldade ao professor, que não conseguirá trabalhar com os diversos interesses manifestados pelos alunos. No Brasil, o grande nome escolanovista é Anísio Teixeira.

Tendência Tecnicista: oprofessor é um especialista, um técnico, e passa o conteúdo de uma maneira cientificista, voltada para a criação de profissionais capacitados tecnicamente a exercerem suas carreiras. Está mais próxima da tendência tradicionalista do que da escolanovista. Aqui o aluno é receptor do conteúdo escolhido pelo professor especialista. Ensino de ferramentas, instrumentos úteis ao cotidiano do profissional. Questões filosóficas e sociológicas deixadas de lado. Operadores do Direito. Avaliação e produtividade. É o mais comumente visto nas faculdades de Direito brasileiras.

Tendência Crítica: esta tendência representa uma crítica às tendências tradicionalista e tecnicista. Nela, o professor deve instigar o interesse no aluno, desvendando-lhe sua posição do processo ensino-aprendizagem e no quadro social. O professor é uma espécie de vetor para que o aluno transforme sua realidade. Superação. Marxismo. O aluno participa ativamente, mas não há tanta liberdade como na Escola Nova. O professor é um orientador, ele conduz o processo de ensino. A avaliação se preocupa com a análise crítica, por parte do aluno, do conhecimento a partir de seu contexto socioeconômico e cultural.

Referências:
BONAT, Debora. Didática do Ensino Superior. Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2009.

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